Chegámos. Percorremos as mesmas ruas, com caras diferentes, tempos diferentes pois dentro de nós os sentimentos são como eras do mundo a marcar-nos. Não descemos às catacumbas porque a escuridão já estava em nós com o peso das recordações, com o facto de estarmos longe dos rostos que se espelhavam na nossa mente, sabendo, no entanto, que eles se encontravam perto, demasiado perto para que a sua ausência pudesse ser distraída pelas belas paisagens que vimos ou até mesmo pela boa conversa. Por vezes, não tínhamos a força necessária para afastar essas recordações mas os laços de amizade que nos uniam protegeram-nos já que não deixaram os sentimentos de dor e de saudade tornaram-se avassaladores. Pelas ruas escuras da serra tão bela e tão mística, tão perto da nossa capital, soubemos que se nos mantivermos unidos há sempre uma luz à espreita se a procurarmos, mesmo que ela não dê o calor que queremos mas não ficaremos perdidos. Perto do mar, quase no fim da terra, renovámos energias e enfrentámos em nós a solidão que se tornou mais fácil de suportar porque dividida foi e, assim, renovámos energias e caminhamos agora com um pouco mais de esperança no futuro, tentando acreditar que algo de bom pode ainda surgir, numa qualquer inesperada volta da vida, antes de o ciclo se cumprir e regressarmos de novo a estas paragens carregadas de memórias, de sentimentos…